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Ágar XLD: Conheça o Meio Seletivo e Diferencial para Isolamento de Patógenos Entéricos.

O Ágar XLD (Xilose Lisina Desoxicolato) é um meio de cultura muito utilizado em diversos laboratórios de microbiologia para o isolamento e diferenciação de bactérias patogênicas, especialmente as do gênero Salmonella e Shigella. Esse meio é utilizado principalmente em amostras clínicas e de alimentos, onde a detecção rápida e precisa desses patógenos é essencial para a segurança e saúde pública.


Neste post, vamos explorar e entender como o Ágar XLD funciona, quais bactérias ele ajuda a identificar, e por que ele é tão importante no diagnóstico de doenças infecciosas.


O Que é o Ágar XLD?


O Ágar XLD é um meio de cultura seletivo e diferencial que utiliza compostos específicos para inibir o crescimento de bactérias não patogênicas e diferenciar entre vários gêneros de bactérias entéricas com base em suas características bioquímicas. Ele contém:


  • Xilose: Um açúcar que várias bactérias fermentam, incluindo a maioria das não patogênicas e algumas patogênicas.

  • Lisina: Um aminoácido que algumas bactérias, como Salmonella, decarboxilam, liberando substâncias alcalinas.

  • Desoxicolato de sódio: Atua como um agente seletivo que inibe o crescimento de bactérias Gram-positivas.

  • Ferro: Permite detectar a produção de sulfeto de hidrogênio (H₂S), característico em algumas espécies de bactérias.


Como Funciona o Ágar XLD?


Quando uma amostra é inoculada no Ágar XLD, diferentes reações bioquímicas produzem mudanças de cor e aparência das colônias, o que facilita muito na identificação bacteriana. Os resultados mais comuns incluem:


Salmonella spp.:

  • Salmonella fermenta inicialmente a xilose, produzindo ácido e colônias amarelas. Contudo, ela rapidamente descarboxila a lisina, resultando em uma alcalinização que devolve a cor vermelha ao meio.

  • Algumas cepas de Salmonella também produzem sulfeto de hidrogênio (H₂S), formando colônias com centros pretos.

  • Resultado visual: Colônias vermelhas com centros pretos, indicando a presença de Salmonella.


Shigella spp.:

  • Shigella não fermenta xilose nem descarboxila lisina, mantendo o pH do meio neutro ou ligeiramente alcalino.

  • Resultado visual: Colônias de cor vermelha sem centros pretos, indicando a presença de Shigella.

Imagem de: labmed.ucsf.edu

Bactérias entéricas não patogênicas:

  • Muitas bactérias não patogênicas fermentam xilose e outros açúcares no meio, produzindo ácido, o que mantém as colônias de cor amarela.

  • Resultado visual: Colônias amarelas, indicando a presença de bactérias geralmente não patogênicas.

Imagem de: Merck Millipore

Limitações do Ágar XLD


Embora o Ágar XLD seja um meio eficaz para a identificação de Salmonella e Shigella, ele possui algumas limitações:


  • Falsos negativos e positivos: Certas espécies de Salmonella podem não produzir H₂S, o que pode dificultar a identificação. Além disso, algumas cepas de bactérias não patogênicas podem apresentar características semelhantes às patogênicas.

  • Confirmação necessária: Resultados preliminares obtidos com o Ágar XLD precisam ser confirmados com métodos adicionais, como testes bioquímicos ou identificação molecular, para garantir precisão no diagnóstico.



Para concluir, o Ágar XLD é uma ferramenta essencial na microbiologia para o diagnóstico de infecções causadas por patógenos entéricos, como Salmonella e Shigella. Com suas características seletivas e diferenciais, ele permite que laboratórios identifiquem rapidamente bactérias potencialmente patogênicas, facilitando o início do tratamento e ajudando a manter a segurança alimentar e ambiental.




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