Ágar XLD: Conheça o Meio Seletivo e Diferencial para Isolamento de Patógenos Entéricos.
- Izabela Tabaquini
- 31 de out. de 2024
- 2 min de leitura
O Ágar XLD (Xilose Lisina Desoxicolato) é um meio de cultura muito utilizado em diversos laboratórios de microbiologia para o isolamento e diferenciação de bactérias patogênicas, especialmente as do gênero Salmonella e Shigella. Esse meio é utilizado principalmente em amostras clínicas e de alimentos, onde a detecção rápida e precisa desses patógenos é essencial para a segurança e saúde pública.
Neste post, vamos explorar e entender como o Ágar XLD funciona, quais bactérias ele ajuda a identificar, e por que ele é tão importante no diagnóstico de doenças infecciosas.
O Que é o Ágar XLD?
O Ágar XLD é um meio de cultura seletivo e diferencial que utiliza compostos específicos para inibir o crescimento de bactérias não patogênicas e diferenciar entre vários gêneros de bactérias entéricas com base em suas características bioquímicas. Ele contém:
Xilose: Um açúcar que várias bactérias fermentam, incluindo a maioria das não patogênicas e algumas patogênicas.
Lisina: Um aminoácido que algumas bactérias, como Salmonella, decarboxilam, liberando substâncias alcalinas.
Desoxicolato de sódio: Atua como um agente seletivo que inibe o crescimento de bactérias Gram-positivas.
Ferro: Permite detectar a produção de sulfeto de hidrogênio (H₂S), característico em algumas espécies de bactérias.
Como Funciona o Ágar XLD?
Quando uma amostra é inoculada no Ágar XLD, diferentes reações bioquímicas produzem mudanças de cor e aparência das colônias, o que facilita muito na identificação bacteriana. Os resultados mais comuns incluem:
Salmonella spp.:
Salmonella fermenta inicialmente a xilose, produzindo ácido e colônias amarelas. Contudo, ela rapidamente descarboxila a lisina, resultando em uma alcalinização que devolve a cor vermelha ao meio.
Algumas cepas de Salmonella também produzem sulfeto de hidrogênio (H₂S), formando colônias com centros pretos.
Resultado visual: Colônias vermelhas com centros pretos, indicando a presença de Salmonella.

Shigella spp.:
Shigella não fermenta xilose nem descarboxila lisina, mantendo o pH do meio neutro ou ligeiramente alcalino.
Resultado visual: Colônias de cor vermelha sem centros pretos, indicando a presença de Shigella.

Bactérias entéricas não patogênicas:
Muitas bactérias não patogênicas fermentam xilose e outros açúcares no meio, produzindo ácido, o que mantém as colônias de cor amarela.
Resultado visual: Colônias amarelas, indicando a presença de bactérias geralmente não patogênicas.

Limitações do Ágar XLD
Embora o Ágar XLD seja um meio eficaz para a identificação de Salmonella e Shigella, ele possui algumas limitações:
Falsos negativos e positivos: Certas espécies de Salmonella podem não produzir H₂S, o que pode dificultar a identificação. Além disso, algumas cepas de bactérias não patogênicas podem apresentar características semelhantes às patogênicas.
Confirmação necessária: Resultados preliminares obtidos com o Ágar XLD precisam ser confirmados com métodos adicionais, como testes bioquímicos ou identificação molecular, para garantir precisão no diagnóstico.
Para concluir, o Ágar XLD é uma ferramenta essencial na microbiologia para o diagnóstico de infecções causadas por patógenos entéricos, como Salmonella e Shigella. Com suas características seletivas e diferenciais, ele permite que laboratórios identifiquem rapidamente bactérias potencialmente patogênicas, facilitando o início do tratamento e ajudando a manter a segurança alimentar e ambiental.
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