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Ágar Manitol Salgado: Entenda Como Ele é Usado nos Laboratórios

Izabela Tabaquini

Atualizado: 31 de out. de 2024

O Ágar Manitol Salgado (Mannitol Salt Agar - MSA) é um meio de cultura seletivo e diferencial amplamente utilizado em laboratórios microbiológicos. Ele é projetado para diferenciar bactérias do gênero Staphylococcus, além de inibir o crescimento de outras bactérias que não toleram altas concentrações de sal. Seu uso é fundamental em diversas análises clínicas, ambientais e industriais.


Neste post, vamos entender melhor o que é o Ágar Manitol Salgado, como ele funciona, e por que ele é tão importante na identificação bacteriana.


O Que é o Ágar Manitol Salgado?


O Ágar Manitol Salgado é um meio de cultura que combina duas funções essenciais:


  • Seletividade: Inibe o crescimento da maioria das bactérias, exceto as que são capazes de crescer em ambientes com alta concentração de sal.

  • Diferenciação: Permite diferenciar bactérias com base na capacidade de fermentar o manitol, um tipo de açúcar, o que resulta em mudanças visíveis no meio.


Geralmente esse meio de cultura contém:


  • 7,5% de NaCl (cloreto de sódio): O sal torna o ambiente seletivo, permitindo que apenas bactérias tolerantes, como os estafilococos, cresçam.

  • Manitol: Um carboidrato que algumas bactérias podem fermentar.

  • Vermelho de fenol: Um indicador de pH que muda de cor dependendo da acidez do meio.


Como Funciona o Ágar Manitol Salgado?


Quando uma amostra bacteriana é inoculada no Ágar Manitol Salgado, três cenários podem ocorrer:


  1. Crescimento de Staphylococcus aureus:

    • O Staphylococcus aureus, uma bactéria comum e potencialmente patogênica, é capaz de fermentar o manitol. Durante esse processo, ele produz ácidos que reduzem o pH do meio, o que faz com que o indicador de pH, o vermelho de fenol, mude de cor.

    • Resultado visual: As colônias de S. aureus aparecem de cor amarela, cercadas por uma área amarela no meio, indicando a fermentação do manitol e a acidificação do meio.

Em amarelo podemos observar o crescimento da colônia de Staphylococcus aureus. Veja essa imagem em: iStock
  1. Crescimento de outros Staphylococcus (como o Staphylococcus epidermidis):

    Outras espécies de estafilococos, como o Staphylococcus epidermidis, podem crescer no Ágar Manitol Salgado, mas não fermentam o manitol. Como resultado, o pH do meio permanece inalterado, e a cor do meio ao redor das colônias se mantém vermelha ou rosada.


  2. Inibição de outras bactérias:

    A alta concentração de sal no meio impede o crescimento da maioria das bactérias que não pertencem ao gênero Staphylococcus, garantindo uma seletividade maior no teste.



Por Que o Ágar Manitol Salgado é Importante?


Como citado acima, o Ágar Manitol Salgado desempenha um papel crucial na identificação de bactérias patogênicas, principalmente as do gênero Staphylococcus. Ele é especialmente útil em:


  • Diagnósticos clínicos: O uso desse meio facilita a identificação de infecções causadas por Staphylococcus aureus, um patógeno associado a infecções de pele, feridas, infecções respiratórias e até septicemia. O rápido crescimento e a mudança de cor no Ágar Manitol Salgado indicam a presença desse patógeno, ajudando a guiar o tratamento mais rapidamente.

  • Indústria de alimentos: O S. aureus também pode ser encontrado em alimentos contaminados, especialmente produtos manipulados incorretamente. O Ágar Manitol Salgado é utilizado em testes de controle de qualidade para identificar possíveis contaminantes.

  • Pesquisa e controle ambiental: Esse meio de cultura é amplamente utilizado em pesquisas microbiológicas, tanto para estudar as características de estafilococos quanto para monitorar a presença de S. aureus em ambientes hospitalares ou de produção.


Limitações do Ágar Manitol Salgado


Apesar de ser uma ferramenta poderosa, o Ágar Manitol Salgado tem suas limitações. Algumas bactérias tolerantes ao sal, que não pertencem ao gênero Staphylococcus, podem eventualmente crescer no meio, embora isso seja raro. Além disso, a confirmação final da identidade de uma bactéria isolada requer testes adicionais, como provas bioquímicas ou identificação molecular.



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